quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Desabafo

Hoje acordei triste. Mas não triste como sempre, hoje minha tristeza é completa. Uma tristeza maior que eu possa entender, aceitar.
Aceitar que essa tristeza tem razão de ser.
Estou triste por não entender o significado dessa tristeza. Ela invade meu ser e por mais que queira livrar me dela, não consigo, sucumbo. Me entrego a essa dor, que é maior que possa suportar, por um segundo deixo de respirar.
Essa tristeza é feita de enganos, desilusões, decepções, frustrações, ausência de otimismo e alegria.
Sou triste ou estou triste? Não sei explicar.
Estou dentro de mim e procuro, qualquer sinal de vida ou de vontade de vida.Não encontro, então entristeço mais.
Onde estão eles? Os amores, os sabores, os momentos de prazer e alegria?
Então me lembro do sorriso feliz de meus filhos. Ah sim! Esses são minha alegria! Mas imediatamente após me lembro da angustia do futuro incerto. Dos medos que me invade todos os dias. E volto a ser triste, tudo de novo...
Cadê a alegria? Foi embora pra sempre? Ou está tão diferente que não possa vê-la?
Cadê a vontade de ir, de fazer, de acontecer, de viver? De espalhar alegria, fé, coragem, entusiasmo, otimismo, vontade?
Procuro uma mão, uma solução. Peço socorro que ecoa no vazio, só ouço minha voz...
Onde estão meus amigos, meus vizinhos, meus parentes... meus pertences.
Onde estão vocês que podem me olhar e me ver? Será que existem, ou é apenas um pensamento da minha mente triste, que insiste em pedir que existam, que me olhem, que me vejam, que me entendam e me compreendam... que me aceitem. Acariciando meu ego, meu ser, meu viver.
Pertenço ao Mundo, não tenho o meu próprio, não o construí, será que é aí? Que está a razão da solidão? Que me invade sem pedir permissão, na contramão da minha vontade, impedindo minha luta.
Ah, essa luta! Como me machuca. Estou toda rasgada, furada, despedaçada. Cadê meu socorro? Quase morro...Devo continuar a batalha sem fim... Dos porquês sem resposta, dos dias iguais, das mesmas histórias, dos meus rivais... Aqueles internos e eternos, os externos não dão paz. Que paz? Não sei o que é isso, não experimentei, também o amor, o dei e o dou... me disponho a amar sem parar, mas pra que? Sem ter quem me dê?
Nessa loucura de vida e de morte, sem sorte... nem pra viver, nem pra morrer, só estou a espera na janela, que ela (tristeza) se vá e me deixe chorar.
As lágrimas limpam, lapidam a dor, transformam a frágil areia na sólida ponte para um novo começo...
Recomeçar... Dizia Drummond, que é necessário, mas onde está? A coragem de passar pelos mesmos caminhos de espinhos, sabendo que irão machucar, não a pele macia mas as feridas abertas, a carne viva que não consegue curar...
Então, peço a vida que me dixe ir e tentar, mais uma vez e tentar outra vez. Dessa vez diferente, do meu jeito, sem pedir permissão... A Deus peço força, que me estenda as Mãos e segure as ondas, os ventos, a tempestade que me impedem a passagem, dessa minha vida infeliz para uma nova realidade...
Será que a terei? Procuro ter fé e se é essa Sua vontade, meu único e amado Pai, vou refazer, conforme minha Fé, um novo começo.
Me ponho em pé! O resto é Contigo, que é meu Amigo e sei que me ouve... e nessa quase oração te peço perdão e me entrego de novo, ao seu poder que me ajuda a vencer!

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